segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Protesto contra o comércio de animais

Onca faz manifestação contra o comércio de animais em Curitiba (PR)

Por Redação Onca




Na quarta-feira, dia 02 de novembro, feriado nacional, a partir das 13h, ativistas do Onca começavam a se reunir próximo ao Marumby Expo Center, na bairro Vila Guaíra, em Curitiba, onde iniciara no dia anterior um feira de venda de animais: filhotes de cães, gatos, como também peixes, aves e também animais exóticos.

Antes da abertura dos portões da feira, as 14h, os ativistas já haviam se unido à AdoteBicho, representantes de outras entidades e protetores independentes, e iniciaram uma manifestação contra o comércio de animais.

Segurando faixas com dizeres como “Não compre, adote!”, “Animal não é produto!”, banners com fotos de fêmeas-matrizes resgatadas de criadores, e diversos cartazes sobre os direitos animais, os manifestantes panfletavam abordavam as pessoas que se dirigiam à feira, os conscientizando sobre a realidade existente por trás da criação comercial de animais, da situação das superpopulações de cães e gatos nas ruas e abrigos.

As pessoas abordadas recebiam panfletos com orientações para adoção via sítios eletrônicos ou feiras de adoção de abrigos existentes na cidade e ouviam sobre os dados oficiais de superpopulação de animais da própria prefeitura, como também noções de direitos animais, legislação e comparativos, por exemplo, com o de diversas cidades dos Estados Unidos, onde se abandonaram as vendas de animais em lojas e feiras, inclusive por meio de leis, cuja finalidade é a de dessobrecarregar os abrigos. Los Angeles, por exemplo, é uma dessas cidades, que proíbem a venda de animais em feiras, lojas e locais semelhantes.

O sucesso da ação já começou a aparecer na recepção do primeiro casal que se dirigia aos portões da feira, antes mesmo dela iniciar. Ouviram atentos sobre a que são submetidos os animais criados e reproduzidos para o comércio e depois desistiram da feira, agradecendo muito pelas informações.

Da mesma forma, durante o dia todo, diversas pessoas, casais e famílias, davam meia volta com seus automóveis e iam embora decididos a procurar um animal para adoção ao invés de colaborar com o financiamento inescrupuloso das “fábricas de filhotes”.

Certo momento, uma viatura da Polícia Militar surgiu, atendendo à solicitação dos organizadores da feira, que pediam a retirada dos manifestantes. Os policiais, no entanto, observaram por um longo período a ação dos ativistas e, em resposta aos organizadores, disse que nada podiam fazer, uma vez que a manifestação se portava dentro dos seus direitos.

Uma das organizadoras chegou a se revoltar na presença da Polícia, exaltando o tom de voz e alegando que a ação dos manifestantes atrapalhava seus lucros. Porém o trabalho dos ativistas continuou, com a panfletagem, a exibição das faixas e a abordagem daqueles que se dirigiam à feira.
Em certo momento, alguns rapazes uniformizados com identificação da feira saíram com banners do local, tentando cobrir os banners e faixas dos manifestantes, mas logo, vendo que a ação dos ativistas continuava a chamar a atenção daqueles que passavam e que seus esforços estavam sendo inúteis, desistiram e se retiraram para dentro dos barracões.

“Os criadores criam animais para a venda, usam o bicho como um produto. Somos a favor da adoção, porque existem muitos animais em canis que ficam lá, esquecidos, abandonados, e deveríamos valorizar essas vidas.”, disse Yohan, ativista do Onca.

“[a ação] explica como são tratados os animais nessas “fábricas”... A mãe, matriz, é tratada como um produto, explorada cio a cada cio... São tratadas como coisas”, disse Joana, ativista do Onca, à reportagem da Rádio CBN Curitiba.

“Nós viemos aqui fazer uma campanha de conscientização para que as pessoas não comprem mais animais de estimação, pois existem vários deles abandonados nas ruas, as protetoras os resgatam e os põem para doação, animais saudáveis, vacinados... E a gente quer que o público se conscientize também que existem muitos criadores que usam matrizes, as mantêm em condições de crueldade, sem tratamento veterinário, sem vacina, sem uma alimentação correta, tirando cria após cria só para vender os filhotes.”, disse Lorenza, manifestante.

A manifestação teve a cobertura de reportagem pela emissora da Rádio CBN Curitiba, Rede Massa de Televisão e do jornal O Estado do Paraná.

Às 19h a manifestação foi encerrada, quando o movimento de pessoas ficou praticamente reduzido a zero e o frio afugentava até mesmo o trânsito à volta.

A ação foi retomada no sábado, dia 05, a partir das 14h. Logo no início dos trabalhos, um homem saído de dentro do barracão da feira veio ao encontro dos manifestantes, intimidando e tentou empurrar o ativista Yohan para a rua onde passavam os carros, para depois fugir e não retornar mais.

Mas nada impediu que as atividades tivessem continuidade. Diversas pessoas com seus filhos eram abordadas e se convenciam a desistir de entrar no espaço da feira e outros com veículos entravam apenas para fazer o contorno e sair definitivamente da área.

Para felicidade da ação, o movimento esperado para o dia da feira foi bem inferior e a manifestação foi encerrada às 18h, quando a passagem de pessoas era quase zero.

Todos os participantes da ação foram unânimes em considerarem um sucesso a receptividade das pessoas, a quantidade de pessoas que imediatamente desistiram da compra e de outras tantas atingidas, que passavam pelo local.

No entanto, as ações do Onca no dia não terminavam por ali. O grupo de ativistas ainda se deslocaram para a cidade de Pinhais, dar continuidade à noite à mais um dia de manifestação contra o uso de animais em um rodeio que acontecia desde a quinta-feira dia 03, quando desde a estréia Onca esteve presente protestando. Além disso, outros integrantes estavam cooperando na Mostra Animal que se realizava em Curitiba em parceria com a Sociedade Vegetariana de Curitiba, na Cinemateca.




Em números:
Curitiba tem hoje:
- 1 cão para cada habitante.
- 400 a 500 mil cães vivendo nas ruas.
- Desses, 15 mil cães vivem em situação de total abandono.
*dados da Prefeitura Municipal de Curitiba

Leia mais:

‘West Hollywood proíbe a venda de animais em pet shops’
ANDA Agência de Notícias de Direitos Animais, 07 de fevereiro de 2010
http://www.anda.jor.br/07/02/2010/west-hollywood-proibe-a-venda-de-animais-em-pet-shops

‘Los Angeles proíbe venda de animais de estimação nas lojas’
Jornal de Notícias, 11 de junho de 2011
http://www.jn.pt/blogs/osbichos/archive/2011/06/11/los-angeles-pro-237-be-venda-de-animais-de-estima-231-227-o-nas-lojas.aspx

‘Venda de filhotes é proibida em pelo menos 35 cidades dos EUA’
ANDA Agência de Notícias de Direitos Animais, 22 de julho de 2010
http://www.anda.jor.br/22/07/2010/venda-de-filhotes-e-proibida-em-pelo-menos-35-cidades-dos-eua