quarta-feira, 7 de abril de 2010

Objeções aos Direitos Animais

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Objeções aos Direitos Animais


Bem, primeiramente, relembremos o que são os Direitos Animais:


Os Direitos Animais, também chamados de Libertação Animal, ou simplesmente Abolicionismo, constitui um movimento que prega e adota o não-uso de animais não-humanos, optando por formas alternativas e livres de qualquer uso animal.
A defesa dos direitos animais também é chamada de Veganismo (ou vegetarianismo completo) e visa abolir a exploração animal no dia-a-dia.

Consideramos injustificada, legalmente e moralmente, a idéia de que animais sejam considerados propriedade ou "recursos naturais". O princípio é simples e básico: assim como o Ser Humano (que também é um animal), os animais são reconhecidamente seres sencientes (ou seja, capazes de sentir -prazer, dor, medo, etc), e, portanto, têm, na mesma forma que os humanos, o direito à liberdade, à vida e de não serem explorados.


Agora então, observemos respostas às principais objeções aos Direitos Animais:




- Como vocês podem falar em nome dos animais? Como vocês podem afirmar saber o que eles querem ou deixam de querer?
De fato, nós não conhecemos as preferências de ninguém. Nós não sabemos que estilo de música você gosta de ouvir, que tipo de roupa veste ou como se diverte.
Mas a experiência prática demonstra que todo ser senciente (com a capacidade de sentir) preza pela própria liberdade e o direito à vida. Nenhum ser senciente aceita ser aprisionado e nenhum quer morrer.
Assim, sabendo serem os animais não-humanos também sencientes, o mínimo que podemos concluir é que eles tem o direito à liberdade, a não serem explorados nem mortos pelo ser humano.


- E as plantas? As plantas também não tem direito à vida e não sofrem?
Não existe qualquer estudo científico concluindo que as plantas são seres sencientes. Apesar de responder a certos estímulos exteriores, que podem levar a alterações no seu desenvolvimento ou crescimento, as plantas não sofrem nem possuem a capacidade de criar expectativas, nem de desejar não morrer. Elas não possuem sistema nervoso como os animais e os humanos e não há provas científicas de que sofram. Ao contrário, é um fato consumado: animais são seres sencientes. Administra-se anestesia a animais antes de uma cirurgia – mas não se administra anestesia a plantas antes de uma poda.


- Os animais não são seres humanos.
Direitos morais nunca podem ser negados por razões preconceituosas ou moralmente irrelevantes. Raça é uma delas, sexo é outra. Moralmente, negar direitos por motivo de espécie indica um preconceito do mesmo tipo que o racismo (distinção entre raças) e o sexismo (distinção entre sexos). O preconceito que distingue espécies -o que é praticado pela sociedade contra os animais- é chamado "especismo".


- Animais não têm direitos porque não têm capacidade de votar ou de escolher uma religião.
Não é porque animais não tenham todos os direitos, que eles não tenham nenhum direito. Por exemplo, não acreditamos que as crianças devam ter o direito de votar, antes de poderem ter o direito de ser tratadas com respeito. Está claro que seres humanos não precisam ter todos os direitos para poder ter algum direito. Mas, se nós não insistimos nesse requisito no caso dos seres humanos, não podemos insistir nele no caso dos seres não-humanos.


- Os animais não entendem o que são direitos.
Apesar de isto certamente ser verdade -a de que animais não têm entendimento racional do que são direitos- isso não significa que eles não tenham direitos.
De fato, historicamente, a maioria dos conceitos morais foi criada por pessoas de cor branca privilegiadas do sexo masculino para beneficiar outras pessoas de cor branca privilegiadas do sexo masculino. Com o passar do tempo, reconhecemos que o princípio da igual consideração requer que tratemos casos semelhantes de um modo semelhante, e subseqüentemente estendemos os direitos (e outros benefícios morais) a outros humanos, ainda que estes não tenham noção do que são direitos.
Por exemplo, bebês, pacientes em estado de côma ou indivíduos com retardo mental ou doenças que lhes privem de consciência podem não saber que têm direitos ou compreender isso. No entanto, não é por este motivo que a sociedade e as leis deixem de atribuir direitos à eles, como o direito à vida, à não sofrer e de não serem tratados como propriedade.
Não há razão, portanto, para não estendermos esses direitos a animais não-humanos, que são, da mesma forma, como nós, seres sencientes (capazes de sentir -alegria, felicidade, medo, dor, etc).


- Os animais não respeitam os nossos direitos, por isso não têm nenhum direito.
Não é o fato de que um animal pode atacar uma pesoa que lhe tirará todo e qualquer direito. Assim como uma pessoa com problemas mentais pode ferir outra pessoa e nem por isso todos os seus direitos serão tirados.


- Os animais não respeitam os direitos entre si. Eles atacam-se e se alimentam de outros animais.
Cada espécie tem sua fisiologia. Um leão, por exemplo, não sobreviveria se não se alimentasse de carne, pois tem a fisiologia de um carnívoro. Ao contrário, nós humanos, temos a fisiologia de um animal frugívoro (que se alimenta basicamente de frutos) e apenas insistimos em nos alimentar de produtos animais, como a carne e o leite animal, mesmo contra a nossa natureza.
Além disso, não baseamos nosso comportamento na forma como os outros animais vivem. Por exemplo, guiamos automóveis, vestimos roupas e usamos computadores, mesmo que outros animais não o façam. Por que então, nos basearmos unicamente neles na questão de nos alimentar? Isso não faz sentido.


- Os animais não têm consciência.
Esse é um argumento usado em tempo antigos, defendida por René Descartes, filósofo francês. Atualmente, no entanto, não há mais dúvidas quanto a consciência dos animais. Não falar um idioma ou não escrever não significa que uma pessoa não tem consciência do mundo à sua volta.


- Os animais não têm alma, por isso não têm direitos.
Essa objeção tem natureza religiosa. Vale notar que nem todas as religiões acreditam nisso. Muitas delas, põem os animais não-humanos exatamente em mesmo nível ao dos humanos. Entre elas, o judaismo primitivo, originário do cristianismo e do islamismo, as maiores religiões atuais no planeta.
Porém, sabendo-se que animais sofrem, sentem frio, fome, angústia, medo, dor, etc, parece incoerente negar-lhes o direito porque uma religião o julga sem uma alma imortal. Ao contrário, uma teologia digna só poderia ensinar exatamente o oposto: uma vez que os animais não teriam uma vida após a morte, deveríamos fazer tudo que estivesse ao nosso alcance para assegurar que esta vida, a única que eles têm, seja tão longa e boa quanto possível.


- Deus nos deu o domínio sobre os animais.
Esta objeção também é de cunho religioso e baseada numa interpretação do livro cristão do Gênesis, capítulo 1, verso 28. Vale lembrar que esta não é uma interpretação aceita por muitos estudiosos. Porém, independente da forma de interpretar, obviamente, o termo "domínio" não significa "explorar, usar, abusar". Ainda que o ser humano se considere "superior", isso não lhe dá o direito de abusar dos seres "inferiores", porque poder não dá direito. Se assim fosse, uma nação teria o direito de invadir e escravisar uma outra, apenas porque era "superior" à esta.


- O uso de animais é parte da cultura da nossa sociedade, é tradição.
Os hábitos da humanidade têm que evoluir à medida que sua moralidade evolui. Nós temos que incorporar, e não moldar, nossos princípios à nossa cultura. Cultura e/ou tradição não é algo estático, imutável. Em toda a história da humanidade, a cultura de cada sociedade sempre sofreu mudanças, à medida que os indivíduos iam tendo novos conhecimentos.
Por exemplo, décadas atrás, certas religiões eram proibidas, as mulheres não tinham direito ao voto e os negros eram considerados propriedade. Nenhuma dessas práticas, certamente ousaríamos defender em nome da "cultura" ou da "tradição".


- Não está o ser humano no topo da cadeia alimentar? Ele é predador.
O fato de seres humanos terem condições de dominar e criar animais para matá-los não significa que tenham direito a isso, da mesma forma que um patrão manter pessoas sob escravatura ou crianças em trabalho infantil só por ter forças para isso, também não lhe dá razão para tal prática.


- Mas e quanto a sociedades que ainda vivem de caça e pesca, como esquimós e índios? Elas devem ser orientadas para abolirem as práticas envolvendo animais?
Mas sem dúvida, a exploração de animais, assim como de mulheres ou de prisioneiros de guerra não pode ser justificada com frases como "Sempre foi assim". A validade dos direitos animais vale para todos igualmente, mas devemos pensar primeiro no que nós devemos fazer, para depois pensar no que os outros podem fazer.


- É impossível evitar 100% o uso de animais no dia-a-dia.
O fato de que hoje você não possa evitar 100% o uso animal, não significa que você não possa evitar 80% ou 90%. Defender os direitos animais significa tentar não colaborar com a escravidão. Não conseguirmos hoje fazer isso em 100% das situações não nos torna menos empenhados nessa decisão. O importante é sempre estarmos buscando nos informar, procurando substitutivos para os produtos animais que consumimos e sempre buscarmos melhorias.


- E quanto a ter animais domésticos, isso é errado?
A existência de animais "domésticos" sem dúvida é um grande problema. Não importa o quão bem nós os tratemos, eles sempre estarão limitados por nossas vontades. Diferentemente das crianças humanas, eles para sempre comerão na hora em que nós quisermos, farão suas necessidades na hora em que nós quisermos, sairão para passear (no caso de cães) na hora em que nós quisermos. Sem exceção, sejam cães, gatos, pássaros ou peixes, ou sua liberdade lhes foi roubada (no caso em que eles foram capturados de um ambiente natural), ou a liberdade de seus pais foi roubada (no caso em que eles nasceram em cativeiro). Nesse último caso, laços familiares também foram rompidos. E não temos que continuar dando nosso dinheiro a gente que faz barbaridades como essas. Por isso, não devemos comprar animais.
Mas é lógico que, quando adotamos um animal abandonado, não estamos dando nenhum suporte à escravidão, mas sim nos comprometendo a dar uma vida o mais decente possível a um indivíduo que já se encontra numa situação de dependência. Nesse caso, não criamos um animal porque queríamos ter um animal, mas para amenizar a situação deste, que estaria na rua em risco, doente ou vítima de maus-tartos. É importante não nos esquecermos de castrá-lo, a fim de frearmos o uso de animais para entretenimento humano.


- Devemos resolver os problemas humanos primeiramente, depois os dos animais.
Argumentam alguns: "Há tantos problemas humanos terríveis, como a fome, a guerra, a falta de assistência à saúde, o analfabetismo... Depois de resolvermos isso, então poderemos voltar nossa atenção aos direitos animais". Qualquer um pode notar que essa é uma receita para a negligência perpétua dos direitos dos animais. Qualquer um de nós sabe que sempre haverá alguns problemas humanos a serem resolvidos. Assim sendo, portanto, jamais iríamos discutir o assunto dos direitos pertencentes aos animais.
Parece evidente que aqueles que usam esse argumento não estão sendo em nada sinceros. Na prática, as pessoas que usam essa objeção (nem todas, mas a maioria), apesar de seus discursos piedosos, quase nunca estão efetivamente envolvidas com esforços para resolver qualquer problema humano.
Além disso, essa idéia de uma disjunção entre os problemas animais e humanos é falsa. Como se fosse: ou você ajuda a resolver os problemas humanos, ou ajuda os animais. Este pensamento é absolutamente equivocado. Por exemplo, uma pessoa pode fazer esforços para erradicar o analfabetismo e não comprar vestes feitas de peles, couro ou lã. Ou pode se engajar em auxílio à vítimas da fome e não consumir carnes e laticínios. A grande parte das ações que podemos fazer pelos animais não exige tempo ou dinheiro.
Aliás, as pessoas que se envolvem com ações humanitárias ficarão surpresas ao saber por exemplo, que o não-consumo de produtos animais (carne, leite, etc) pode andar paralelamente à campanhas de erradicação do câncer. Ou que o não-consumo de produtos animais pode andar paralelamente à campanhas de combate à fome.

- O que eu como ou visto é uma decisão pessoal minha. O que é bom para uns pode não ser bom para outros.
Que estilo de músicas você ouve, qual cor de camisa você veste ou de que forma penteia o seu cabelo, estas são decisões pessoais suas. Como outras tantas escolhas que fazemos ao longo da vida ou em nosso dia-a-dia. Mas, a partir do momento em que uma escolha afeta a liberdade e os direitos de outrem, ela deixa de ser apenas uma escolha sua. Não temos essa infinita liberdade como tais pessoas que usam esta objeção tentam fazer parecer. Quanto à expressão "o que é bom para uns pode não ser bom para outros", o que ela quer de fato dizer é "o que uns preferem para si, outros podem não preferir". Não se refere exatamente aquilo que é no sentido próprio de "bom", de fazer o bem. Porque algo que é, verdadeiramente benéfica para uma pessoa, o é para qualquer outra.
Mas essa objeção da "decisão pessoal", de que tenho direito de escolher "o que eu prefiro", "o que me dá prazer" é falsa, porque nenhuma sociedade se baseia nessa filosofia. Todos os nossos gostos e preferências têm limites e eles surgem quando invadimos os direitos de outros. Por exemplo, nenhuma sociedade aceita o fato de que um estuprador violentar uma pessoa alegando que foi uma "decisão pessoal sua", que o fez porque aquilo "lhe faz bem", ou "lhe dá prazer". Um pedófilo que usasse o mesmo argumento para abusar de uma criança, igualmente não seria absolvido. Portanto, "decisão pessoal" ou "prazer" não dá o direito.
Da mesma forma, dizer que matar para comer um animal ou para vestir a sua pele é apenas uma decisão pessoal ou porque isso dá prazer, não se justifica.


- Mas, os animais nas granjas e fazendas não são bem tratados?
As imagens nos comerciais de tevê que mostram franguinhos ou vaquinhas felizes são falsas. Mesmo nas grandes empresas, os animais vivem em constante sofrimento: espaços minúsculos, confinamentos inadequados, têm seu comportamento alterado, sofrem violência física, etc. A questão mais importante, no entanto, é que ainda que fossem bem tratados, não existe o que justifique seu sofrimento e suas mortes.


- Mas o animal que nasceu em uma granja foi criado para ser usado. Ele não foi tirado da natureza e não sabe o que é viver em liberdade.
Não importa se o animal de granja nasce já confinado. Sua fisiologia não muda e suas necessidades básicas continuam as mesmas. Todo animal tem a necessidade de se locomover, formar território, construir ninho, se relacionar, conviver com outros, formar bandos, etc. Todos os animais de granja têm essas necessidades negadas.
Aceitar que podemos usar determinada espécie só porque foi "criada para aquilo" é o mesmo que aceitar que poderíamos criar crianças para que no futuro fossem nossos escravos -sim, uma vez que as criamos para ese fim.


- Faz diferença eu ser vegetariano?
Faz grande diferença. Para você ter uma idéia, cada pessoa que consome carne é responsável, durante sua vida, pela morte de cerca de 4 a 7 mil animais. Mesmo que já tenha consumido uma parte disso, você ainda pode salvar da morte milhares de animais. Menos consumo significa queda na produção. No caso, quanto menos pessoas procurarem pelos produtos animais, menos animais serão sacrificados.


- Eu não criei o problema. A sociedade funciona assim.
Não importa tanto quem criou o sistema existente. O que importa é que ele só existe porque pessoas o sustentam. É o seu dinheiro que sustenta a exploração animal. Os que exploram animais (em alimentos, cosméticos, diversão, etc) não precisam de sua aprovação, precisam somente de seu dinheiro.
Alegar que "não criou o problema", mas continuar consumindo é o mesmo que alguém comprar um produto pirata e dizer que não tem parte nenhuma na pirataria, quando na verdade, ela só existe porque há compradores.


- Se eu não comer carne/leite não vou ingerir proteínas/nutrientes suficientes e posso ficar doente.
Isso não é verdade. Não há nenhuma proteína ou nutriente presente na carne/leite/ovos que não seja encontrado nos outros alimentos. Por exemplo, uma mesma quantidade de feijão, substitui o valor de proteínas encontradas na carne. Aliás, abster-se de carne, leite e outros produtos de origem animal é recomendado para a prevenção de inúmeras doenças.


- Mas, o ser humano não é por natureza carnívoro?
Não. A fisiologia humana é claramente a de uma espécie frugívora (dieta baseada em frutos): sistema digestivo, dentes, estrutura mandibular, funções do corpo, etc, são completamente diferentes das de animais carnívoros. Portanto, a carne é um "elemento estranho" ao corpo humano. O organismo humano, por exemplo, não possui as substâncias digestivas para a carne, como possuem os carnívoros. O leite animal, da mesma forma é totalmente inadequado ao organismo humano.


- Mas, se a carne/ leite/ovos causam males à saúde, porque o Governo não alerta sobre seu consumo?
Por uma razão simples: o Governo lucra com os impostos gerados pelas indústrias de carne e, muitos políticos são donos de grandes fazendas. Assim como durante décadas o Governo permitiu a venda de cigarro sem informar a população dos males deste, continua fazendo o mesmo com os produtos animais, como a carne e os laticínios.


- E os meios de comunicação, por que não divulgam essas informações?
Diversos anunciantes de canais de televisão, jornais e revistas são grandes indústrias de carne, leite, ou outros tipos de exploração animal. As emissoras defendem aos interesses de seus anunciantes e não querem perder a conta mês a mês garantida por estas empresas. O máximo que os jornais chegam a sugerir é que "se reduza o consumo de carne".


- Minha situação financeira não me permite ser vegetariano. A alimentação vegetariana é muito cara.
Se você prestar atenção, vai perceber que uma alimentação vegetariana é bem mais barata que uma dieta que envolva carne e leite animal. A princípio pode parecer que lanches e partos prontos sejam mais baratos, mas com planejamento, você verá que a comida de origem vegetal é mais fácil e mais barata do que você imagina.


- Eu até gostaria de mudar a minha alimentação, mas os produtos vegetarianos são muito caros.
É verdade que existem produtos naturais e vegetarianos de custo mais elevado. E em muitos casos isso é intencional, para exatamente desencorajar o seu consumo. Como assim? Um exemplo: empresas de laticínios costumam vender também caixas de leite de soja, mas com preços bem mais elevados que o leite animal. Na verdade, o leite de soja custa menos a estas empresas, mas o preço do leite de soja é "jogado lá em cima", intencionalmente, a fim de manter o consumidor fiel ao leite animal. E assim acontece em outros casos.
Se você, no entanto, visitar quitandas, feiras ou casas de produtos naturais, vai descobrir que a alimentação vegetariana é bem mais prática e barata que a que envolve os produtos animais. Aliás, este é um dos motivos que levam o Governo a não encorajar o vegetarianismo. Assim como o Governo lucra com os impostos do cigarro e das bebidas alcólicas, por exemplo, também lucra com os altos impostos da carne, do leite e seus derivados. Frutas, verduras, cereais, no entanto, dariam muito menos impostos aos cofres públicos.


- A indústria de carne/leite/ovos, etc, dá emprego a muita gente. Acabar com ela traria prejuízo à economia do país.
Ao contrário do que se pensa, a pequena e média agricultura gera mais empregos do que a produção animal. Aliás, segundo dados oficiais da Organização Interncional do Trabalho, atualmente cerca de 80% do trabalho-escravo está na pecuária.
Além disso, conforme já observado por economistas, a questão é apenas a de, ao invés de o Governo subsidiar um segmento, destinar esse apoio a outro segmento. Por exemplo, ao invés de subsidiar a pecuária, que desmata, polui e desperdiça recursos naturais, bastaria o Governo, com os mesmos esforços, subsidiar a agricultura orgânica.


- E seu eu, então, comer menos carne e/ou beber menos leite?
A questão não é "comer menos", mas "não comer". Pois, ainda que se deseje um pequeno pastel de carne, um boi todo terá que ser sacrificado. Comer "menos" carne ou beber "menos" leite significará que menos animais serão mortos ou que menos estarão sofrendo, mas que ainda continuarão a sofrer e a serem mortos.
Para se ter uma idéia, dentro dos níveis atuais de consumo, mesmo com uma redução em 50% dos produtos animais, o impacto ambiental ainda seria altíssimo e o significado à saúde humana seria pouco perceptível.


- Eu não tenho tempo para me envolver em atividades pelos animais.
A idéia de que "ou você ajuda a resolver os problemas humanos, ou ajuda os animais" não é uma verdade. Por exemplo: uma pessoa pode fazer esforços para erradicar o analfabetismo e ao mesmo tempo não comprar vestes feitas de peles, couro ou lã. Ou pode se engajar em auxílio à vítimas da fome e não consumir carnes e laticínios.
Aliás, as pessoas que se envolvem com ações humanitárias ficarão surpresas ao saber por exemplo, que o não-consumo de produtos animais (carne, leite, etc) deveria justamente andar paralelamente à campanhas como a do combate ao câncer ou à fome, uma vez que o consumo de produtos de origem animal está diretamente relacionado à esses e outros problemas sociais.
Você não precisa de tempo, nem dinheiro e nem pertencer à uma grande organização para apoiar os Direitos Animais e colaborar com o fim do sofrimento e da exploração animal.
Comece na próxima vez que você for ao mercado, na compra de sua próxima roupa ou produto de higiene.



Lembre-se: os animais, assim como você, também querem viver. Apóie os Direitos Animais!







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Leia também:

'Objeções aos Direitos Animais'; Jaulas Vazias; Tom Regan; Editora Lugano; 2006; p. 76-87.
'Perguntas e Respostas'; Direitos Animais; n/d; .