Lidvar comenta sobre os trabalhos de rua do Onca
sábado, 16 de outubro de 2010
Onca na ativa: integrante do grupo dá palestra no 3º Congresso Vegetariano Brasileiro
Lidvar comenta sobre os trabalhos de rua do Onca
Onca participa do 3º Congresso Vegetariano Brasileiro na terra do churrasco
O território gaúcho recebeu em setembro, entre 16 e 19, vegetarianos, ativistas, profissionais da área e interessados para a terceira edição do Congresso Vegetariano Brasileiro. O evento, ocorrido no hotel SESC- Campestre, em Porto Alegre, foi realizado por grupos de Porto Alegre e Canoas, associados à Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).
Integrantes do grupo Onca com a ativista Bianca Turano (de verde)
De acordo com dados da SVB de Porto Alegre, cerca de 250 pessoas fizeram a inscrição para o evento, contando com os mais de 70 palestrantes. Segundo Rafael Jacobsen, coordenador da SVB de Porto Alegre, o evento é uma forma de as pessoas encararem os alimentos com outro olhar. "A ideia do congresso é espalhar o vegetarianismo por todo o Brasil. É mostrar que existem pessoas que vêem os alimentos de outra forma", diz. "Assim, nós chamamos a atenção da sociedade para que vejam que os vegetarianos existem". O evento recebeu veículos de imprensa como a rádio da RBS e o jornal Zero Hora.
Marly Winckler encerra o congresso no auditório do Sesc -Campestre
O congresso contou com palestras de temas relacionados à exploração animal, saúde, ética e filosofia, direitos animais, impacto ambiental, crenças e religiões e etc. Além disso, foram oferecidas oficinas de ativismo e cursos de capacitação culinária, além de uma feira, almoços vegetarianos e atrações artísticas. O evento teve suas primeiras edições em São Paulo e Belo Horizonte, respectivamente.
A feira de exposições contou com obras sobre vegetarianismo e nutrição
Para a presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira, Marly Winckler, o evento se tratou de uma verdadeira festa. "Não é todo dia que se tem quase 300 vegetarianos reunidos assim, num clima de harmonia", conta. Além disso, a sociedade como um todo acab sentindo o reflexo desta festa vegetariana. "A gente sempre acaba criando um impacto para a cidade, pois recebemos vários jornais, tv e rádios e que de maneira direta, repercurtem na sociedade nossos objetivos". A próxima edição do congresso irá acontecer em 2013, na cidade de Curitiba, Paraná.
Integrantes do Onca reunidos com vegetarianos e ativistas gaúchosquinta-feira, 30 de setembro de 2010
Atos públicos
Os atos públicos
- O que são os atos públicos pelos Direitos Animais?
Os atos públicos são uma forma de nos aproximarmos dos não-vegetarianos para que possamos divulgar as informações básicas dos Direitos Animais / Vegetarianismo.
- Qual o objetivo dos atos públicos?
Levar a público o maior número possível de informações sobre os Direitos Animais / Vegetarianismo. Isso através de uma variedade diferente de panfletos, livros, apostilas, etc. Toda a informação que consta no material exposto é retirada de fontes oficiais e/ou conceituadas: FAO, IBGE, Embrapa, etc.
Portanto, é importante lembrar: não vamos culpar ou condenar ninguém por comer carne. O único objetivo é levar a informação. A decisão por uma mudança em favor dos animais é uma decisão individual e não será tomada pela pessoa no local.
- Quais pessoas se espera atingir?
Toda e qualquer pessoa que páre no estande, interessada em conhecer mais sobre o assunto.
- Quais as funções a desempenhar?
Conversar com as pessoas, atendimento do estande e/ou dirigir pesquisa de opinião. Nunca paramos ou tentamos coagir as pessoas. Ao contrário, conversamos apenas com aquelas que páram no local e que questionam por mais informações sobre o trabalho.
- Há uma mensagem "padrão"?
Não. A conversa com os leigos deve ser a mesma que faríamos com um vizinho, uma pessoa no ônibus ou na escola onde vivemos. A base da mensagem deve ser as razões básicas do Vegetarianismo: pelo sofrimento dos animais, pela conservação do meio ambiente e pela saúde humana.
Da mesma forma, ensinar apenas a base central dos Direitos Animais:
Declaração Universal dos Animais
(proclamada em assembléia da UNESCO, realizada em Bruxelas em 27 de Janeiro de 1978)
Artigo 1º
Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.
Artigo 2º
1.Todo o animal tem o direito a ser respeitado.
2.O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais
3.Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.
Portanto, não entramos em questões filosóficas, religiosas e sociais que são de escolha individual, como aborto, uso de drogas, etc. Essas questões competem a outros grupos sociais discutirem.
- Quando acontecem os atos?
Todo primeiro sábado de cada mês, sempre em locais públicos.
- É o melhor meio de comunicação?
Não. É apenas um dos muitos meios de comunicação que temos para a divulgação dos Direitos Animais / Vegetarianismo. Cada uma delas atinge seu público e cada uma tem suas vantagens. A vantagem dos atos públicos é o contato pessoal.
- Quem pode ser voluntário?
Qualquer pessoa pode ser voluntária. Pode ou não ser vegetariana.
- Como ser voluntário?
Compareça no local dos atos ou escreva para Onca: onca.contato@gmail.com
Veja imagens do trabalho:
http://www.flickr.com/photos/52382191@N03/sets/72157624577583584/
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Ação de panfletagem
Uma vaquinha faz sucesso em Curitiba
Sexta-feira, dia 30 de julho de 2010, o grupo Onca realizou mais uma ação de divulgação do Vegetarianismo, no centro de Curitiba – PR.
A ação, iniciada ao meio-dia e com previsão de término para as 13h teve um resultado tão positivo que somente terminou após as 8 horas da noite.
Uma ativista fantasiada de uma simpática vaquinha atraía a atenção dos transeuntes segurando um cartaz onde se lia: “Tenha coração: seja vegetariano!”, fazendo alusão ao contraste ‘coração’ versus ‘estômago’.
Enquanto isso, ativistas ofereciam aqueles que demonstravam interesse pelo tema, um panfleto específico, que mencionava alguns dos sofrimentos vividos pelos animais de granja criados para o consumo humano. O impresso sugeria ainda, a que o leitor assistisse o vídeo-documentário ‘A Carne É Fraca’, do Instituto Nina Rosa, conceituado documentário sobre o uso de animais na produção alimentícia.
A vaquinha “passeou” pela principal área da cidade, o tradicional “calçadão” da Rua XV, caminho entre as principais praças e comércio central, e chamou a atenção de dezenas e dezenas de pessoas por onde passou.
Durante a caminhada o grupo foi entrevistado ao vivo pelo jornalista Airton Lima, da Rádio Continental. A ativista Ana Paula, porta-voz do Onca, expôs os motivos do Vegetarianismo e até mesmo a “vaquinha” acabou tendo espaço no ar para convidar os ouvintes a refletirem sobre suas escolhas individuais e de uma posição a favor dos animais.
Ainda pelo calçadão e nos principais cruzamentos e semáforos, a vaquinha foi registrada por alguns fotógrafos profissionais, como Wallace Caldas e pela autora do blog ‘Na Mira do Leitor’, que registra fatos da cidade.
Além de cativar as crianças, inúmeras pessoas durante todo o trajeto saíam das lojas ou atravessavam o calçadão para ver a vaquinha de perto e ainda tirar uma foto da nova personagem da cidade ou sair ao lado dela em uma imagem.
Por todo o caminho, câmeras que estavam nas bolsas ou telefones celulares com câmeras eram usados para registrar a cena surpreendente: “Uma vaca em pleno centro da cidade!... Eu nunca tinha visto isso antes!”, exclamou uma dentre as tantas testemunhas.
Mães com filhos, estudantes, turistas. Muitos foram os que não queriam deixar perder a cena. Passando por uma loja de produtos naturais, todos os funcionários fizeram questão de sair ao lado da vaquinha em algumas fotos.
Sempre com o cartaz acompanhando. Onde quer que seja que cada fotografia tenha destino –em blog, orkut ou álbum pessoal de cada um, criança ou adulto-, a mensagem estará lá, convidando a todos: “Seja vegetariano!”.
Foi inesperado até mesmo ao grupo o número de pessoas que se aproximavam desejando maiores informações. Muitas pessoas argumentavam que já tinham a intenção de deixar o consumo da carne, mas que não sabiam muito bem “por onde começar” ou “que cuidados tomar com a substituição”. Alguns já haviam tomado a iniciativa de duas turistas de Manaus –e que retornariam à cidade de origem no dia seguinte-, que haviam deixado do hábito alimentar da carne, mas que ainda tinham “certas dúvidas”, como elas definiram.
Além da enorme reação positiva das pessoas leigas no assunto, durante todo o trabalho, o grupo se deparou com a manifestação de vegetarianos. Pessoas que cruzavam pela rua, acenavam em gesto de “positivo” e gritavam: “Eu também sou!”. Até mesmo de dentro dos carros, pessoas buzinavam e acenavam, dizendo: “É isso aí!... Eu também sou vegetariano!”.
Após fazer um lanche no meio da tarde, o grupo ainda foi “impedido” de encerrar a ação, devido ao sucesso da atenção que a vaquinha chamava e das pessoas que viam o cartaz e se aproximavam para saber mais.
A caminhada ainda passou pela Praça Rui Barbosa e foi parar no tradicional Largo da Ordem, local de inúmeros barzinhos e ponto de encontro de jovens. Pouco antes do término do trabalho, o grupo ainda conheceu a nutricionista vegetariana Andressa, que também parabenizou a iniciativa em favor do Vegetarianismo e fez questão de sair em uma foto com a “famosa” vaquinha.
O trabalho só foi concluído após as 20h, com cerca de mil panfletos distribuídos –até mesmo panfletos reservas acabaram sendo distribuídos!- e com os ativistas exaustos, porém satisfeitos pelo resultado extremamente positivo da ação.
Veja as fotos no álbum oficial do Onca:
http://www.flickr.com/photos/52382191@N03/sets/72157624767120756/
E pela autora do blog 'Na Mira do Leitor':
http://namiradoleitor.blogspot.com/2010/08/cenas-curitibanas.html
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terça-feira, 17 de agosto de 2010
Vitamina B12 (cobalamina ou cianocobalamina)
Funções: atua na manutenção da estrutura do sistema nervoso e na manutenção e maturação das células do sangue.
Dose diária de vitamina B12 necessária para o organismo:
- 2,4 microgramas para adultos,
- 1,2 microgramas para crianças de até oito anos,
- 2,8 microgramas para gestantes e mães que amamentam.
A B12 é produzida por bactérias. Os animais herbívoros obtém essa vitamina por meio de plantas contaminadas com fezes (já que as bactérias das fezes produzem a B12). Logo, a flora bactéria gastrointestinal dos ruminantes pode produzir a B12 que será absorvida por estes animais. Animais carnívoros menores a obtém pela ingestão de insetos, outros animais ou até mesmo fezes da presa abatida.
Onívoros – conseguem a B12 de carnes, ovos, leite e derivados
Vegetarianos – a B12 vem de ovos, leites e derivados
Veganos – através de alimentos enriquecidos com B12 ou através de suplementos da vitamina
Curiosidade: no nosso intestino há bactérias que produzem a vitamina B12, porém elas o fazem num ponto do intestino posterior ao ponto de absorção da vitamina.
A vitamina B12 é armazenada no fígado e a parte que fica circulando no organismo é continuamente excretada no intestino pela bile e, por isso, pode ser quase que completamente reabsorvida de volta para o sangue. Por isso, a deficiência de B12 pode às vezes levar até anos para aparecer.
Problemas pela deficiência de B12: cansaço, falta de apetite, dores generalizadas, a língua fica lisa e brilhante (atrofia das papilas), alterações sanguíneas (anemia, p.e.) e alterações do sistema nervoso (degeneração da bainha de mielina, sensibilidade nos pés, agitação, irritabilidade, comprometimento da memória), depressão, síndromes psicóticas, TOC, prejuízo da cognição.
Em crianças essa deficiência apresenta outros sintomas como: as crianças param de sorrir, ficam apáticas com dificuldade para sustentar a cabeça, redução do tônus muscular e do contato visual, letargia e coma. Anemia também pode ocorrer.
A falta de B12 leva ao aumento da homocisteína que é um fator de risco para a má formação do feto e anomalias cardíacas congênitas. Em adultos leva ao surgimento de demência, doença de Alzheimer, doenças cardiovasculares e osteoporose.
É uma vitamina apenas, mas faz uma diferença danada. Então veganos e vegetarianos devem ficar de olho nela. O corpo precisa de 1mcg de B12 por dia, então recomenda-se uma ingestão de 2.4mcg da vitamina para assegurar essa absorção diária.
Os suplementos podem ser veganos ou não veganos (principalmente se forem comprimidos. Checar a composição do comprimido ou cápsula). Uma sugestão seria o Veganicity, que pode ser adquirido através do guiavegano.com.br ou efeitoverde.com.
Está com dúvida se está com deficiência de B12? Procure um médico e peça exames para a dosagem desta vitamina. Vale lembrar que um hemograma apenas não é o suficiente para dizer se há ou não uma deficiência de B12, é necessário exames específicos.
terça-feira, 27 de julho de 2010
Onca realiza novo ato pelos Direitos Animais
Mesmo sob uma temperatura invernal e um céu nublado durante todo o dia, Onca realizou no sábado dia 24 de julho de 2010, no centro da cidade de Curitiba - PR, mais um ato público pelos Direitos Animais.
Um colorido banner declarava: "Paz também aos animais", exibindo uma pequena variedade de cores e formas da vida animal, convidando a refletir no valor de cada ser em seu lugar no planeta. O público teve acesso a material informativo gratuito básico sobre temas como o abandono e maus-tratos a animais domesticados, adoção de animais de rua e as formas mais comuns de exploração animal, como a de animais usados para diversão, para "companhia", em experimentos ou para consumo na alimentação, além de Legislação. Além disso, temas relacionados a causa também constavam nos impressos, como o do meio ambiente de forma geral e o de Saúde e Nutrição.
Além das centenas de panfletos gratuitos distribuídos, um material impresso estava a disposição para leitura local, como livros, revistas e notícias extraídas de variadas fontes. Os interessados também puderam adquirir a preço de custo apostilas sobre temas como o consumo de leite, produção animal e impacto ambiental, introdução ao vegetarianismo e o de ingredientes de origem animal ou ainda cópias de documentários importantes como 'Earthlings' ('Terráqueos'), 'Meet Your Meat' e 'Meat The Truth'.
Um outro banner, convidava a reflexão: "Já se imaginou... Ter nascido judeu na época do Nazismo?... Ter nascido negro na época da Escravatura?... E já se imaginou não ter nascido humano?". E ilustrava em imagens a exploração humana e algumas formas comuns de exploração animal.
As pessoas interessadas eram esclarecidas com informações básicas e orientadas a consulta de fontes mais detalhadas. Também eram convidadas a responder um questionário breve de opinião pública, cuja finalidade é ter um referencial da mentalidade que a sociedade tem com relação ao assunto. Por exemplo, uma das questões pergunta: "Se tivesse a certeza de que um produto que você compra causou o sofrimento a algum animal para ser produzido, você deixaria de comprá-lo?". Quase a unanimidade dos entrevistados respondeu 'sim' a essa questão.
Como incremento da ação, uma ativista fantasiada de vaca também atraía a atenção dos transeuntes, tirava fotos com as crianças ou exibia um cartaz: "Se sua mãe não te dá mais leite, por que eu tenho que dar?".
Mais uma vez, diversas reações positivas de aprovação das pessoas abordadas que tomavam conhecimento do assunto pela primeira vez ou que já se dispunham ao vegetarianismo mas não tinham acesso a informações básicas, confirmou aos voluntários a importância do trabalho.
O evento, iniciado as 9h foi encerrado já ao anoitecer, pouco após as 18h, tendo sido considerado um sucesso por todo o grupo.
Veja mais fotos do evento:
http://www.flickr.com/photos/52382191@N03/sets/72157624577583584/
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quinta-feira, 15 de julho de 2010
No inferno, todos vestem roupas brancas
No inferno, todos vestem roupas brancas
Ainda não amanheceu, estamos diante da chuva e do frio do inverno gaúcho à espera do ônibus que irá nos guiar até um dos maiores matadouros do RS. Somos estudantes de medicina veterinária, cursando uma disciplina obrigatória de inspeção de produtos de origem animal. A maioria de nós encontra-se eufórica, à espera dos ‘momentos emocionantes’ do dia. Eu estou em um canto, sendo observada de perto pela professora e o coordenador do curso, que ao saberem que sou vegana e ativista, temem que eu tenha um colapso na linha de matança.
Entramos no ônibus e seguimos viagem. No caminho, a sensação de que as cenas que eu teria que presenciar não seriam diferentes daquelas filmadas clandestinamente em matadouros ao redor do mundo, e ao mesmo tempo o sentimento inequívoco de que estaria prestes a presenciar uma série de crimes considerados ‘necessários’ pela humanidade.
Chegamos! Ao abrir a porta do ônibus, já somos tomados pelo impregnante odor adocicado da matança das aves que ocorre dentro do estabelecimento. Adentramos o local, após termos vestido roupas brancas especiais, e começamos a visita no sentido contrário ao fluxo produtivo para evitar contaminações no produto final. Trata-se de um corredor estreito, com o pé direito baixo, quase um túnel, que desemboca em uma luz amarela intensa, para repelir insetos. Nossa guia, então, abre a porta e entramos na parte final da produção. Um sistema complexo de esteiras e ganchos, chamados nórias, passam por nossas cabeças, e neles estão fixadas pelas patas as carcaças de frango, que pingam incessantemente uma gordura fétida acrescida da água hiperclorada utilizada em sua higienização.
Sob as esteiras estão os funcionários que trabalham em pé, diante de uma bancada, na maioria mulheres, que nos olham com curiosidade e espanto. A expressão em seus rostos é de uma tristeza marcante, mesclada pelo cansaço físico dos movimentos repetitivos que têm que executar diariamente. O barulho do local é ensurdecedor e, conforme andamos, o cheiro forte torna- se cada vez mais desagradável. Em cada bancada, os funcionários devem desempenhar uma função, chamadas de linhas de inspeção, que são classificadas por letras do alfabeto. Em cada letra ocorre a retirada padronizada de determinados órgãos. Um grupo de mulheres, muitas sem luvas, trabalham retirando com as mãos, com uma destreza impressionante, a vesícula biliar das carcaças em processo de evisceração. Mais adiante, outra funcionária dedica-se a ‘pescar’ com uma barra de metal as carcaças que caem no chão, para destiná-las à graxaria, onde serão transformadas em produtos não-comestíveis. Durante a passagem das nórias podemos observar que cada uma apresenta uma marcação com uma cor, o que serve para fazer a contagem final dos frangos por produtor e repassar o lucro referente ao dia.
Uma máquina especial remove toda a carne restante presa nos ossos, que farão parte da liga que irá compor os caros e adorados nuggets. Estamos agora diante dos chillers, equipamentos responsáveis pelo aquecimento seguido de um resfriamento rápido das carcaças, com a finalidade de eliminar contaminantes biológicos da carne. Os chillers nada mais são do que grandes piscinas vermelhas de sangue com partículas de gordura que ficam boiando na superfície, onde os frangos ficam embebidos.
Olho para o chão e tudo o que vejo é sangue e uma quantidade absurda de água que parece verter de todos os lados para a limpeza das carcaças – estima-se que para a limpeza de cada carcaça de frango se gaste em média 35 litros de água! Desvio o olhar para cima e vejo carcaças sangrentas passando por minha cabeça, pois estamos nos aproximando do início do processo, quando começam a surgir aves com cabeças e penas, que são retiradas em uma máquina específica, o que deixa o chão lotado de penas brancas.
Nossa guia nos avisa que estamos chegando à linha de matança. Há uma diminuição abrupta da luz, onde funcionários trabalham quase no escuro. Os índices de depressão dos funcionários que exercem essa função são extremamente elevados, devido à insalubridade. Trata-se do início do processo de insensibilização. A luz é reduzida com a finalidade de reduzir a atividade e o estresse dos animais, que são extremamente sensíveis a este estímulo. A esteira segue com as aves penduradas na nória pela pata, de cabeça para baixo e agora passam por um túnel, onde sofrem eletronarcose – isto é, são molhadas e eletrocutadas, de modo que isso as atordoe, mas sem causar a morte. As galinhas seguem estáticas pela esteira, onde logo encontram uma serra, que fica presa a uma espécie de roda, e têm suas gargantas cortadas. Nossa guia nos explica que dependendo do tamanho das aves a altura da lâmina deve ser ajustada, para reduzir a margem de erros no corte mecanizado.
Na sequência, algumas galinhas encontram-se com o pescoço intacto, enquanto outras, mesmo com a traquéia perfurada, começam a se mexer, visivelmente conscientes. Um funcionário tem então como tarefa cortar o máximo de pescoços de galinhas que falharam na serra automática, mas a esteira passa em uma velocidade assustadora, são muitas aves que devem morrer hoje para atender à demanda do mercado, cada vez mais voraz por carne de frango. Não há tempo para cortar o pescoço de todas as intactas, nem de abreviar o sofrimento daquelas que se debatem. As aves seguem para serem escaldadas em água fervendo.
Fomos levados ao local do recebimento das cargas. Vemos caixas e caixas com mais aves do que espaço interno, em algumas há mais de dez animais. São tantas que muitas estão fora das caixas, respiram ofegantes, com o bico aberto pelo estresse e pelo medo. Elas estão há dez horas em jejum, sendo permitido o abate somente até doze horas após o início do jejum. O trabalho segue em ritmo frenético. Uma colega encontra uma galinha solta e a pega, colocando-a, de forma orgulhosa, em outra caixa que segue na esteira rumo à serra automática, emitindo um comentário de que estava feliz por ter conseguido pegá-la. Descemos as escadas e nos deparamos com o caminhão que as trouxe. Somos instruídos a não passar muito perto, pois poderíamos ser bicados pelas aves apinhadas dentro das caixas. Nos afastamos um pouco e, em poucos momentos, vemos aves soltas em cima do caminhão. Elas tentam voar mas não conseguem, e muitas acabam caindo direto no chão. Um funcionário aparece com um gancho e as junta pelas patas, como se fosse inços em meio a grama. Violentamente, ele junta o máximo de aves que pode pegar com cada mão. As aves estão penduradas apenas por uma das patas. Então, alguém lembra que ele poderia ser mais delicado e pensar no ‘bemestar’ animal, afinal, deste modo, os frangos podem apresentar lesões graves como rupturas e fraturas, o que compromete o retorno financeiro pela carcaça.
Somos encaminhados para uma espécie de área de descanso dos funcionários, onde esperamos pelo veterinário responsável pelo setor de suínos para nos acompanhar na visita deste setor. Neste momento uma funcionária, escorada por mais duas colegas, passa em estado de choque por nós. Ela estava sangrando muito na mão. Acabou de sofrer um acidente de trabalho. Ela chora muito, a lesão parece grave. Uma colega nossa se manifesta rindo, dizendo que não vai comer o frango que ela estava eviscerando na hora que se machucou! Muitos acham graça e riem. Mais à frente vejo uma placa dizendo ‘Estamos a ZERO dias sem acidentes de trabalho’ e, logo abaixo, ‘Recorde sem acidentes:83 dias’.
No setor de suínos, passamos pelo mesmo ritual de antissepsia e adentramos outro corredor estreito com luzes amarelas. Meu nariz ainda está impregnado com o cheiro da morte das galinhas e meus ouvidos ainda não se acostumaram ao barulho estridente das máquinas, que são fortemente audíveis mesmo com o uso de protetores auriculares. Uma porta se abre, e atrás do veterinário estão centenas de carcaças de porcos mortos pendurados pela pata traseira, passando pela esteira. O tamanho do animal impressiona. O veterinário nos conta que ali são abatidos 2350 suínos por dia! Os funcionários agora são em sua grande maioria homens, muitos aparentemente se orgulham de sua função, e riem enquanto serram o abdômen do animal e retiram as vísceras. Neste setor a esteira anda mais lentamente, devido ao tamanho do animal e a menor quantidade de animais que estão sendo abatidos, quando comparado ao setor de aves. Há sangue por tudo.
Para caminhar, temos que desviar das carcaças de 100 kg penduradas sobre nossas cabeças. Os funcionários realizam seu trabalho em etapas específicas da produção, uns arrancam a cabeça, enquanto outros em outra parte da sala removem os órgãos internos e outros ainda são responsáveis pela identificação de qual cabeça pertence a que corpo, através de um sistema de numeração para posterior inspeção de possíveis lesões que possam causar danos à saúde pública. Mais à frente vemos uma impressionante sequência de dezenas de porcos abatidos subindo de uma andar ao outro pelo sistema de esteiras. Somos convidados a ir até o andar de baixo onde ocorre a sangria. Para chegarmos lá temos que descer uma escada helicoidal estreita e escorregadia, devido à presença de gordura suína sob nossas botas. No meio desta escada existe uma espécie de calha por onde passam os animais mortos, ainda cheios de sangue. Nossa roupa está tapada de respingos de sangue.
De repente a temperatura do ambiente muda e começamos a sentir um calor e um barulho atípicos do lugar. Olho então para frente e vejo a cena de uma carcaça pendurada por uma pata passar por uma espécie de jogo automatizado de chamas. Durante os poucos segundos que dura o processo, podemos ver as carcaças envoltas de uma labareda azul, e sentimos um forte cheiro de pêlo queimado. As labaredas são utilizadas para eliminar os resquícios de cerdas após a remoção dos pêlos, previamente removidos por um sistema de borrachas. Chegamos finalmente na sangria. Os gritos estrondosos dos animais deveriam fazer qualquer um perceber que não é possível existir bem-estar diante da banalização da morte. Ao invés disso, muitos riem cada vez que um suíno é grosseiramente empurrado por um funcionário, munido de uma vara capaz de disparar choques de baixa intensidade, em direção a uma espécie de escorregador totalmente fechado dos quatro lados. No fim do escorregador está um funcionário de aparência assustadora com uma barra com uma espécie de ‘U’ na ponta. O ‘U’ é encaixado na cabeça do animal e suas pontas ficam em contato com a região temporal do crânio, onde um choque de grande intensidade é disparado. O animal cai como uma pedra, gerando um barulho característico de seu corpo desabando sobre a esteira metálica. Muitos apresentam contrações involuntárias nas patas, e parecem estar dando coices. Com uma destreza impressionante o funcionário seguinte corta a garganta do animal. Através do orifício na traquéia jorram litros de sangue. O veterinário nos explica que neste momento o animal ainda não está morto, mas que “conforme as boas práticas de bem-estar animal, estes devem morrer dentro de no máximo seis minutos”, após ocorrer a total eliminação do sangue pelo bombeamento cardíaco. Na verdade, o real motivo para que não se aceite a morte do animal em tempo superior a este, é evitar que a carcaça fique PSE – ‘pale, soft, exsudative’, ‘pálida, friável, exsudativa’, pois este tipo de produto não apresenta a qualidade necessária exigida pelo mercado, e consequentemente há perda nos lucros.
Somos levados até os currais onde podemos ver os suínos vivos serem empurrados para o escorregador. Eles estão em pânico, uns sobem sobre os outros, enquanto nos olham fixamente nos olhos com a real expressão do horror. Os gritos tornam-se cada vez mais altos e o funcionário os empurra com o bastão de choques. Mais atrás está outro funcionário com uma espécie de relho feito de sacos plásticos, e o desfere contra o lombo dos animais para estes andarem na direção da matança. O veterinário nos explica que o relho é feito deste material para não machucar os animais. Isto constituiria crueldade, algo condenável pelo ‘bem-estar animal’, valor muito importante dentro da empresa, e que poderia acarretar em lesões cutâneas, afetando negativamente o valor da carcaça.
Por fim, podemos ver os currais de chegada, onde os caminhões descarregam diariamente os animais para o abate. É neste local que deve ser feita a inspeção ante-mortem pelo veterinário da inspetoria. De acordo com os preceitos da humanização da morte, todos aqueles animais que chegam com fraturas na pata e que não conseguem mais se locomover adequadamente devem ser removidos em separado e enviados para a matança imediata, isto é, devem ter o direito de ‘furar a fila’ a fim de que o seu sofrimento seja abreviado. O veterinário, com muito orgulho, faz questão de dizer que “o processo precisa ser feito”! E que já que é necessário, “é preciso fazê-lo com dignidade e respeito pelos animais”; Ele ainda afirma que na indústria é possível assegurar que estes animais não passam por sofrimento, e que o seu fim é muito menos cruel do que seria se fossem predados por um leão na natureza!
Neste momento, é difícil conter o riso diante da tortuosidade do raciocínio exposto. Em local algum do mundo teríamos mais de 2000 suínos sendo predados em cadeia por leões vorazes, sistematicamente, todos os dias. Ao que consta, leões não têm a capacidade de raciocínio semelhante a um humano. Eles não podem fazer escolhas, simplesmente porque não têm como refletir sobre as consequências dos próprios atos. Leões não planejam estrategicamente como irão matar suas presas a fim de terem lucro com isso, e tampouco consideram normal a condição de degradação de outros seres de sua própria espécie em prol da satisfação do luxo de outros poucos. Apenas o ser humano é capaz de ter estratégias para a exploração máxima de todos aqueles capazes de sofrer sem de fato considerar isso. Hoje, muito se fala sobre bem-estar animal, porém trata-se apenas de um modo mais refinado de justificar injustificáveis fins.
O bem-estar animal agrada a muitos, pois consegue suavizar o sofrimento e a culpa daqueles que sustentam a indústria da morte, e ajudam a aumentar os lucros através de medidas que teoricamente são adotadas para beneficiar os animais, mas que são norteadas pelo aumento da produtividade e qualidade do produto final. O limite do ‘bem-estar animal’ vai até onde o marketing e o lucro podem vislumbrar. É inacreditável que, para a grande maioria, ingenuamente, esse ainda seja visto como o caminho para o fim do sofrimento. O sofrimento animal apenas poderá ser reduzido quando criarmos coragem para defender o direito dos animais, através da abolição do consumo de seus corpos para a satisfação fugaz de nossos desejos egoístas.
* Denise Terra é formanda em Medicina Veterinária
Fonte: Vanguarda Abolicionista
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Objeções aos Direitos Animais
Objeções aos Direitos Animais
Bem, primeiramente, relembremos o que são os Direitos Animais:
Os Direitos Animais, também chamados de Libertação Animal, ou simplesmente Abolicionismo, constitui um movimento que prega e adota o não-uso de animais não-humanos, optando por formas alternativas e livres de qualquer uso animal.
A defesa dos direitos animais também é chamada de Veganismo (ou vegetarianismo completo) e visa abolir a exploração animal no dia-a-dia.
Consideramos injustificada, legalmente e moralmente, a idéia de que animais sejam considerados propriedade ou "recursos naturais". O princípio é simples e básico: assim como o Ser Humano (que também é um animal), os animais são reconhecidamente seres sencientes (ou seja, capazes de sentir -prazer, dor, medo, etc), e, portanto, têm, na mesma forma que os humanos, o direito à liberdade, à vida e de não serem explorados.
Agora então, observemos respostas às principais objeções aos Direitos Animais:
- Como vocês podem falar em nome dos animais? Como vocês podem afirmar saber o que eles querem ou deixam de querer?
De fato, nós não conhecemos as preferências de ninguém. Nós não sabemos que estilo de música você gosta de ouvir, que tipo de roupa veste ou como se diverte.
Mas a experiência prática demonstra que todo ser senciente (com a capacidade de sentir) preza pela própria liberdade e o direito à vida. Nenhum ser senciente aceita ser aprisionado e nenhum quer morrer.
Assim, sabendo serem os animais não-humanos também sencientes, o mínimo que podemos concluir é que eles tem o direito à liberdade, a não serem explorados nem mortos pelo ser humano.
- E as plantas? As plantas também não tem direito à vida e não sofrem?
Não existe qualquer estudo científico concluindo que as plantas são seres sencientes. Apesar de responder a certos estímulos exteriores, que podem levar a alterações no seu desenvolvimento ou crescimento, as plantas não sofrem nem possuem a capacidade de criar expectativas, nem de desejar não morrer. Elas não possuem sistema nervoso como os animais e os humanos e não há provas científicas de que sofram. Ao contrário, é um fato consumado: animais são seres sencientes. Administra-se anestesia a animais antes de uma cirurgia – mas não se administra anestesia a plantas antes de uma poda.
- Os animais não são seres humanos.
Direitos morais nunca podem ser negados por razões preconceituosas ou moralmente irrelevantes. Raça é uma delas, sexo é outra. Moralmente, negar direitos por motivo de espécie indica um preconceito do mesmo tipo que o racismo (distinção entre raças) e o sexismo (distinção entre sexos). O preconceito que distingue espécies -o que é praticado pela sociedade contra os animais- é chamado "especismo".
- Animais não têm direitos porque não têm capacidade de votar ou de escolher uma religião.
Não é porque animais não tenham todos os direitos, que eles não tenham nenhum direito. Por exemplo, não acreditamos que as crianças devam ter o direito de votar, antes de poderem ter o direito de ser tratadas com respeito. Está claro que seres humanos não precisam ter todos os direitos para poder ter algum direito. Mas, se nós não insistimos nesse requisito no caso dos seres humanos, não podemos insistir nele no caso dos seres não-humanos.
- Os animais não entendem o que são direitos.
Apesar de isto certamente ser verdade -a de que animais não têm entendimento racional do que são direitos- isso não significa que eles não tenham direitos.
De fato, historicamente, a maioria dos conceitos morais foi criada por pessoas de cor branca privilegiadas do sexo masculino para beneficiar outras pessoas de cor branca privilegiadas do sexo masculino. Com o passar do tempo, reconhecemos que o princípio da igual consideração requer que tratemos casos semelhantes de um modo semelhante, e subseqüentemente estendemos os direitos (e outros benefícios morais) a outros humanos, ainda que estes não tenham noção do que são direitos.
Por exemplo, bebês, pacientes em estado de côma ou indivíduos com retardo mental ou doenças que lhes privem de consciência podem não saber que têm direitos ou compreender isso. No entanto, não é por este motivo que a sociedade e as leis deixem de atribuir direitos à eles, como o direito à vida, à não sofrer e de não serem tratados como propriedade.
Não há razão, portanto, para não estendermos esses direitos a animais não-humanos, que são, da mesma forma, como nós, seres sencientes (capazes de sentir -alegria, felicidade, medo, dor, etc).
- Os animais não respeitam os nossos direitos, por isso não têm nenhum direito.
Não é o fato de que um animal pode atacar uma pesoa que lhe tirará todo e qualquer direito. Assim como uma pessoa com problemas mentais pode ferir outra pessoa e nem por isso todos os seus direitos serão tirados.
- Os animais não respeitam os direitos entre si. Eles atacam-se e se alimentam de outros animais.
Cada espécie tem sua fisiologia. Um leão, por exemplo, não sobreviveria se não se alimentasse de carne, pois tem a fisiologia de um carnívoro. Ao contrário, nós humanos, temos a fisiologia de um animal frugívoro (que se alimenta basicamente de frutos) e apenas insistimos em nos alimentar de produtos animais, como a carne e o leite animal, mesmo contra a nossa natureza.
Além disso, não baseamos nosso comportamento na forma como os outros animais vivem. Por exemplo, guiamos automóveis, vestimos roupas e usamos computadores, mesmo que outros animais não o façam. Por que então, nos basearmos unicamente neles na questão de nos alimentar? Isso não faz sentido.
- Os animais não têm consciência.
Esse é um argumento usado em tempo antigos, defendida por René Descartes, filósofo francês. Atualmente, no entanto, não há mais dúvidas quanto a consciência dos animais. Não falar um idioma ou não escrever não significa que uma pessoa não tem consciência do mundo à sua volta.
- Os animais não têm alma, por isso não têm direitos.
Essa objeção tem natureza religiosa. Vale notar que nem todas as religiões acreditam nisso. Muitas delas, põem os animais não-humanos exatamente em mesmo nível ao dos humanos. Entre elas, o judaismo primitivo, originário do cristianismo e do islamismo, as maiores religiões atuais no planeta.
Porém, sabendo-se que animais sofrem, sentem frio, fome, angústia, medo, dor, etc, parece incoerente negar-lhes o direito porque uma religião o julga sem uma alma imortal. Ao contrário, uma teologia digna só poderia ensinar exatamente o oposto: uma vez que os animais não teriam uma vida após a morte, deveríamos fazer tudo que estivesse ao nosso alcance para assegurar que esta vida, a única que eles têm, seja tão longa e boa quanto possível.
- Deus nos deu o domínio sobre os animais.
Esta objeção também é de cunho religioso e baseada numa interpretação do livro cristão do Gênesis, capítulo 1, verso 28. Vale lembrar que esta não é uma interpretação aceita por muitos estudiosos. Porém, independente da forma de interpretar, obviamente, o termo "domínio" não significa "explorar, usar, abusar". Ainda que o ser humano se considere "superior", isso não lhe dá o direito de abusar dos seres "inferiores", porque poder não dá direito. Se assim fosse, uma nação teria o direito de invadir e escravisar uma outra, apenas porque era "superior" à esta.
- O uso de animais é parte da cultura da nossa sociedade, é tradição.
Os hábitos da humanidade têm que evoluir à medida que sua moralidade evolui. Nós temos que incorporar, e não moldar, nossos princípios à nossa cultura. Cultura e/ou tradição não é algo estático, imutável. Em toda a história da humanidade, a cultura de cada sociedade sempre sofreu mudanças, à medida que os indivíduos iam tendo novos conhecimentos.
Por exemplo, décadas atrás, certas religiões eram proibidas, as mulheres não tinham direito ao voto e os negros eram considerados propriedade. Nenhuma dessas práticas, certamente ousaríamos defender em nome da "cultura" ou da "tradição".
- Não está o ser humano no topo da cadeia alimentar? Ele é predador.
O fato de seres humanos terem condições de dominar e criar animais para matá-los não significa que tenham direito a isso, da mesma forma que um patrão manter pessoas sob escravatura ou crianças em trabalho infantil só por ter forças para isso, também não lhe dá razão para tal prática.
- Mas e quanto a sociedades que ainda vivem de caça e pesca, como esquimós e índios? Elas devem ser orientadas para abolirem as práticas envolvendo animais?
Mas sem dúvida, a exploração de animais, assim como de mulheres ou de prisioneiros de guerra não pode ser justificada com frases como "Sempre foi assim". A validade dos direitos animais vale para todos igualmente, mas devemos pensar primeiro no que nós devemos fazer, para depois pensar no que os outros podem fazer.
- É impossível evitar 100% o uso de animais no dia-a-dia.
O fato de que hoje você não possa evitar 100% o uso animal, não significa que você não possa evitar 80% ou 90%. Defender os direitos animais significa tentar não colaborar com a escravidão. Não conseguirmos hoje fazer isso em 100% das situações não nos torna menos empenhados nessa decisão. O importante é sempre estarmos buscando nos informar, procurando substitutivos para os produtos animais que consumimos e sempre buscarmos melhorias.
- E quanto a ter animais domésticos, isso é errado?
A existência de animais "domésticos" sem dúvida é um grande problema. Não importa o quão bem nós os tratemos, eles sempre estarão limitados por nossas vontades. Diferentemente das crianças humanas, eles para sempre comerão na hora em que nós quisermos, farão suas necessidades na hora em que nós quisermos, sairão para passear (no caso de cães) na hora em que nós quisermos. Sem exceção, sejam cães, gatos, pássaros ou peixes, ou sua liberdade lhes foi roubada (no caso em que eles foram capturados de um ambiente natural), ou a liberdade de seus pais foi roubada (no caso em que eles nasceram em cativeiro). Nesse último caso, laços familiares também foram rompidos. E não temos que continuar dando nosso dinheiro a gente que faz barbaridades como essas. Por isso, não devemos comprar animais.
Mas é lógico que, quando adotamos um animal abandonado, não estamos dando nenhum suporte à escravidão, mas sim nos comprometendo a dar uma vida o mais decente possível a um indivíduo que já se encontra numa situação de dependência. Nesse caso, não criamos um animal porque queríamos ter um animal, mas para amenizar a situação deste, que estaria na rua em risco, doente ou vítima de maus-tartos. É importante não nos esquecermos de castrá-lo, a fim de frearmos o uso de animais para entretenimento humano.
- Devemos resolver os problemas humanos primeiramente, depois os dos animais.
Argumentam alguns: "Há tantos problemas humanos terríveis, como a fome, a guerra, a falta de assistência à saúde, o analfabetismo... Depois de resolvermos isso, então poderemos voltar nossa atenção aos direitos animais". Qualquer um pode notar que essa é uma receita para a negligência perpétua dos direitos dos animais. Qualquer um de nós sabe que sempre haverá alguns problemas humanos a serem resolvidos. Assim sendo, portanto, jamais iríamos discutir o assunto dos direitos pertencentes aos animais.
Parece evidente que aqueles que usam esse argumento não estão sendo em nada sinceros. Na prática, as pessoas que usam essa objeção (nem todas, mas a maioria), apesar de seus discursos piedosos, quase nunca estão efetivamente envolvidas com esforços para resolver qualquer problema humano.
Além disso, essa idéia de uma disjunção entre os problemas animais e humanos é falsa. Como se fosse: ou você ajuda a resolver os problemas humanos, ou ajuda os animais. Este pensamento é absolutamente equivocado. Por exemplo, uma pessoa pode fazer esforços para erradicar o analfabetismo e não comprar vestes feitas de peles, couro ou lã. Ou pode se engajar em auxílio à vítimas da fome e não consumir carnes e laticínios. A grande parte das ações que podemos fazer pelos animais não exige tempo ou dinheiro.
Aliás, as pessoas que se envolvem com ações humanitárias ficarão surpresas ao saber por exemplo, que o não-consumo de produtos animais (carne, leite, etc) pode andar paralelamente à campanhas de erradicação do câncer. Ou que o não-consumo de produtos animais pode andar paralelamente à campanhas de combate à fome.
- O que eu como ou visto é uma decisão pessoal minha. O que é bom para uns pode não ser bom para outros.
Que estilo de músicas você ouve, qual cor de camisa você veste ou de que forma penteia o seu cabelo, estas são decisões pessoais suas. Como outras tantas escolhas que fazemos ao longo da vida ou em nosso dia-a-dia. Mas, a partir do momento em que uma escolha afeta a liberdade e os direitos de outrem, ela deixa de ser apenas uma escolha sua. Não temos essa infinita liberdade como tais pessoas que usam esta objeção tentam fazer parecer. Quanto à expressão "o que é bom para uns pode não ser bom para outros", o que ela quer de fato dizer é "o que uns preferem para si, outros podem não preferir". Não se refere exatamente aquilo que é no sentido próprio de "bom", de fazer o bem. Porque algo que é, verdadeiramente benéfica para uma pessoa, o é para qualquer outra.
Mas essa objeção da "decisão pessoal", de que tenho direito de escolher "o que eu prefiro", "o que me dá prazer" é falsa, porque nenhuma sociedade se baseia nessa filosofia. Todos os nossos gostos e preferências têm limites e eles surgem quando invadimos os direitos de outros. Por exemplo, nenhuma sociedade aceita o fato de que um estuprador violentar uma pessoa alegando que foi uma "decisão pessoal sua", que o fez porque aquilo "lhe faz bem", ou "lhe dá prazer". Um pedófilo que usasse o mesmo argumento para abusar de uma criança, igualmente não seria absolvido. Portanto, "decisão pessoal" ou "prazer" não dá o direito.
Da mesma forma, dizer que matar para comer um animal ou para vestir a sua pele é apenas uma decisão pessoal ou porque isso dá prazer, não se justifica.
- Mas, os animais nas granjas e fazendas não são bem tratados?
As imagens nos comerciais de tevê que mostram franguinhos ou vaquinhas felizes são falsas. Mesmo nas grandes empresas, os animais vivem em constante sofrimento: espaços minúsculos, confinamentos inadequados, têm seu comportamento alterado, sofrem violência física, etc. A questão mais importante, no entanto, é que ainda que fossem bem tratados, não existe o que justifique seu sofrimento e suas mortes.
- Mas o animal que nasceu em uma granja foi criado para ser usado. Ele não foi tirado da natureza e não sabe o que é viver em liberdade.
Não importa se o animal de granja nasce já confinado. Sua fisiologia não muda e suas necessidades básicas continuam as mesmas. Todo animal tem a necessidade de se locomover, formar território, construir ninho, se relacionar, conviver com outros, formar bandos, etc. Todos os animais de granja têm essas necessidades negadas.
Aceitar que podemos usar determinada espécie só porque foi "criada para aquilo" é o mesmo que aceitar que poderíamos criar crianças para que no futuro fossem nossos escravos -sim, uma vez que as criamos para ese fim.
- Faz diferença eu ser vegetariano?
Faz grande diferença. Para você ter uma idéia, cada pessoa que consome carne é responsável, durante sua vida, pela morte de cerca de 4 a 7 mil animais. Mesmo que já tenha consumido uma parte disso, você ainda pode salvar da morte milhares de animais. Menos consumo significa queda na produção. No caso, quanto menos pessoas procurarem pelos produtos animais, menos animais serão sacrificados.
- Eu não criei o problema. A sociedade funciona assim.
Não importa tanto quem criou o sistema existente. O que importa é que ele só existe porque pessoas o sustentam. É o seu dinheiro que sustenta a exploração animal. Os que exploram animais (em alimentos, cosméticos, diversão, etc) não precisam de sua aprovação, precisam somente de seu dinheiro.
Alegar que "não criou o problema", mas continuar consumindo é o mesmo que alguém comprar um produto pirata e dizer que não tem parte nenhuma na pirataria, quando na verdade, ela só existe porque há compradores.
- Se eu não comer carne/leite não vou ingerir proteínas/nutrientes suficientes e posso ficar doente.
Isso não é verdade. Não há nenhuma proteína ou nutriente presente na carne/leite/ovos que não seja encontrado nos outros alimentos. Por exemplo, uma mesma quantidade de feijão, substitui o valor de proteínas encontradas na carne. Aliás, abster-se de carne, leite e outros produtos de origem animal é recomendado para a prevenção de inúmeras doenças.
- Mas, o ser humano não é por natureza carnívoro?
Não. A fisiologia humana é claramente a de uma espécie frugívora (dieta baseada em frutos): sistema digestivo, dentes, estrutura mandibular, funções do corpo, etc, são completamente diferentes das de animais carnívoros. Portanto, a carne é um "elemento estranho" ao corpo humano. O organismo humano, por exemplo, não possui as substâncias digestivas para a carne, como possuem os carnívoros. O leite animal, da mesma forma é totalmente inadequado ao organismo humano.
- Mas, se a carne/ leite/ovos causam males à saúde, porque o Governo não alerta sobre seu consumo?
Por uma razão simples: o Governo lucra com os impostos gerados pelas indústrias de carne e, muitos políticos são donos de grandes fazendas. Assim como durante décadas o Governo permitiu a venda de cigarro sem informar a população dos males deste, continua fazendo o mesmo com os produtos animais, como a carne e os laticínios.
- E os meios de comunicação, por que não divulgam essas informações?
Diversos anunciantes de canais de televisão, jornais e revistas são grandes indústrias de carne, leite, ou outros tipos de exploração animal. As emissoras defendem aos interesses de seus anunciantes e não querem perder a conta mês a mês garantida por estas empresas. O máximo que os jornais chegam a sugerir é que "se reduza o consumo de carne".
- Minha situação financeira não me permite ser vegetariano. A alimentação vegetariana é muito cara.
Se você prestar atenção, vai perceber que uma alimentação vegetariana é bem mais barata que uma dieta que envolva carne e leite animal. A princípio pode parecer que lanches e partos prontos sejam mais baratos, mas com planejamento, você verá que a comida de origem vegetal é mais fácil e mais barata do que você imagina.
- Eu até gostaria de mudar a minha alimentação, mas os produtos vegetarianos são muito caros.
É verdade que existem produtos naturais e vegetarianos de custo mais elevado. E em muitos casos isso é intencional, para exatamente desencorajar o seu consumo. Como assim? Um exemplo: empresas de laticínios costumam vender também caixas de leite de soja, mas com preços bem mais elevados que o leite animal. Na verdade, o leite de soja custa menos a estas empresas, mas o preço do leite de soja é "jogado lá em cima", intencionalmente, a fim de manter o consumidor fiel ao leite animal. E assim acontece em outros casos.
Se você, no entanto, visitar quitandas, feiras ou casas de produtos naturais, vai descobrir que a alimentação vegetariana é bem mais prática e barata que a que envolve os produtos animais. Aliás, este é um dos motivos que levam o Governo a não encorajar o vegetarianismo. Assim como o Governo lucra com os impostos do cigarro e das bebidas alcólicas, por exemplo, também lucra com os altos impostos da carne, do leite e seus derivados. Frutas, verduras, cereais, no entanto, dariam muito menos impostos aos cofres públicos.
- A indústria de carne/leite/ovos, etc, dá emprego a muita gente. Acabar com ela traria prejuízo à economia do país.
Ao contrário do que se pensa, a pequena e média agricultura gera mais empregos do que a produção animal. Aliás, segundo dados oficiais da Organização Interncional do Trabalho, atualmente cerca de 80% do trabalho-escravo está na pecuária.
Além disso, conforme já observado por economistas, a questão é apenas a de, ao invés de o Governo subsidiar um segmento, destinar esse apoio a outro segmento. Por exemplo, ao invés de subsidiar a pecuária, que desmata, polui e desperdiça recursos naturais, bastaria o Governo, com os mesmos esforços, subsidiar a agricultura orgânica.
- E seu eu, então, comer menos carne e/ou beber menos leite?
A questão não é "comer menos", mas "não comer". Pois, ainda que se deseje um pequeno pastel de carne, um boi todo terá que ser sacrificado. Comer "menos" carne ou beber "menos" leite significará que menos animais serão mortos ou que menos estarão sofrendo, mas que ainda continuarão a sofrer e a serem mortos.
Para se ter uma idéia, dentro dos níveis atuais de consumo, mesmo com uma redução em 50% dos produtos animais, o impacto ambiental ainda seria altíssimo e o significado à saúde humana seria pouco perceptível.
- Eu não tenho tempo para me envolver em atividades pelos animais.
A idéia de que "ou você ajuda a resolver os problemas humanos, ou ajuda os animais" não é uma verdade. Por exemplo: uma pessoa pode fazer esforços para erradicar o analfabetismo e ao mesmo tempo não comprar vestes feitas de peles, couro ou lã. Ou pode se engajar em auxílio à vítimas da fome e não consumir carnes e laticínios.
Aliás, as pessoas que se envolvem com ações humanitárias ficarão surpresas ao saber por exemplo, que o não-consumo de produtos animais (carne, leite, etc) deveria justamente andar paralelamente à campanhas como a do combate ao câncer ou à fome, uma vez que o consumo de produtos de origem animal está diretamente relacionado à esses e outros problemas sociais.
Você não precisa de tempo, nem dinheiro e nem pertencer à uma grande organização para apoiar os Direitos Animais e colaborar com o fim do sofrimento e da exploração animal.
Comece na próxima vez que você for ao mercado, na compra de sua próxima roupa ou produto de higiene.
Lembre-se: os animais, assim como você, também querem viver. Apóie os Direitos Animais!
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Leia também:
'Objeções aos Direitos Animais'; Jaulas Vazias; Tom Regan; Editora Lugano; 2006; p. 76-87.
'Perguntas e Respostas'; Direitos Animais; n/d;
segunda-feira, 15 de março de 2010
Notícia: Onca aborda tema do consumo de leite.
Onca aborda tema do consumo de leite.
Uma adolescente e um homem adulto abaixados sob uma vaca, mamando em suas mamas. Você acha isso natural?
Com uma imagem desse tipo no topo de um dos banners, Onca Defesa Animal realizou no sábado dia 06 de março de 2010, o 'Ato Informativo Sobre Consumo de Leite', na cidade de Curitiba, Paraná.
O trabalho faz parte do calendário de atos informativos ao público realizado todo primeiro sábado de cada mês, mas foi a primeira vez na cidade que o tema específico do consumo de leite/laticínios foi abordado.
Durante o tempo do evento, iniciado às 9h e encerrado às 19h, foram exibidos banners, distribuídos centenas de panfletos e exposta uma grande variedade de material para leitura local, enfocando desde o sofrimento a que são submetidos os animais, quanto o impacto ambiental e os malefícios à saúde humana vinculados à ingestão do leite animal.
Um dos banners denunciava as cenas vividas pelos animais nas fazendas de leite: vacas leiteiras confinadas em espaços minúsculos, ordenhadas mecanicamente e enviadas ao matadouro quando passam a produzir menos, vendidas então, como carne barata. Bezerros descartados, trancafiados em ambiente escuro a espera do abate, vendidos como carne de 'vitela', para que o leite de suas mães seja comercializado nos mercados ou apenas para a extração da quimosina, do estômago do animal, e usada na fabricação de queijo.
Outro banner abria com a frase do Dr. Michael Klaper, especialista em Nutrição e diretor do Institute of Nutrition Education and Research (Instituto para Educação e Pesquisa em Nutrição): “O corpo humano não tem uma maior necessidade pelo leite de vaca que tem pelo leite de cadela, pelo leite de égua ou pelo leite de girafa.”. Destacava dados fundamentais sobre a Intolerância à Lactose, citando por exemplo, o fato de que até 70% da população mundial tem algum grau de intolerância à lactose (o açúcar natural do leite), divulgado pela Harvard Medical School e usado como referência pelas instituições de Medicina no Brasil e em todo o mundo.
Citando ainda dados da Associação Médica Nacional, dos Estados Unidos, de que 95% dos asiáticos, 70% dos africanos e 75% dos sulamericanos não toleram a lactose. No país, a situação não é diferente, e foram lembrados também os dados do Hospital das Clínicas de São Paulo, apontando que mais da metade da população brasileira sofre com o mesmo problema. Com estas informações, ficou esclarecido à qualquer leigo que o leite animal não pode ser considerado como um alimento natural ao ser humano.
Em outros banners, cartuns e citações de profissionais também estiveram em destaque.
Outra menção foi com relação à questão da Osteoporose e do Cálcio, comumente utilizada pela indústria leiteira como justificativa para que as pessoas ingiram o produto. Dados mostravam que a absorção do cálcio através do leite não é satisfatória como popularmente se acredita e comparativos exibidos com quadros surpreendentes revelavam que as populações que mais apresentam casos de Osteoporose são exatamente as mesmas que mais consomem o leite animal, desfazendo o mito de que ele seria a melhor fonte de cálcio.
Foi enfocada também a relação do consumo de leite e laticínios com outros males físicos, como as doenças coronárias e os cânceres de mama, próstata, ovário, entre outros.
Para completar, as pessoas tiveram orientações sobre a biodisponibilidade de cálcio nos alimentos e sobre os outros nutrientes também importantes no fortalecimento dos ossos. Puderam também degustar gratuitamente uma variedade de leites de origem vegetal, como o de aveia, gergelim, castanha, soja, etc, e levar as receitas para casa.
O material de leitura local teve trechos de livros, matéria de revistas e textos tirados de diversas fontes relacionadas à Saúde e Nutrição, inclusive de nomes muito bem conceituados na área médica, que as pessoas puderam folhear à vontade.
Também um material de pesquisa, resultado de 1 ano de estudos, de autoria própria do grupo, esteve à disposição, em cd-rom: 'Leite – O Que Você Precisa Saber', que compila diversas fontes em português, inglês e espanhol.
Durante todo o dia, o estande recebeu a visita de dezenas de pessoas, de todas as idades, profissões e níveis sociais, que revelavam surpresa ao se deparar com as informações divulgadas, relacionadas ao “alimento” tão comumente presente nas mesas dos lares brasileiros, mas sobre o qual tão pouco se discute. E ainda aceito por grande parcela da população como um alimento saudável.
A grande parte deles, desafiados pela primeira vez a se questionarem sobre o assunto e a rever seus valores com relação aos animais e o planeta.
E para completar o dia, um grupo de músicos vegetarianos vindo do Chile, de passagem pela cidade também acabou passando pelo estande e, certamente levará uma boa impressão do trabalho realizado no Brasil, em favor dos Direitos Animais.
[O tema abordado atraiu a atenção de dezenas de pessoas durante todo o dia.]
[Banners e material de leitura enfocaram o sofrimento animal e também a saúde humana]
[As pessoas foram orientadas e puderam esclarecer dúvidas]
[Uma variedade de panfletos foi distribuída]
[As pessoas puderam experimentar leites de origem vegetal, como de aveia, gergelim, castanha, soja, etc.]
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Saúde humana
Saúde humana e produtos de origem animal
compilação: ONCA
dezembro/2009
"Entre 80 e 90% de todos os cânceres, enfermidades cardiovasculares e outras enfermidades degenerativas podem ser prevenidas, ao menos até uma idade mais avançada, simplesmente adotando uma dieta de origem vegetal."
(T. Colin Campbell, especialista em Nutrição, Bioquímica e Toxicologia, professor na Cornell University e no Massachusets Institute of Technology e co-diretor do 'Cornell-Oxford-China Project', uma das mais conceituadas séries de documentos acadêmicos sobre Nutrição; 'Some Snippets of Information from the China Project')
Este é um resumo de citações de profissionais e obras especializadas sobre o impacto do consumo de produtos animais (carne, leite, ovos e seus derivados) na saúde humana.
Propomos que este sirva de ponto de partida e que através deste, sejam as fontes aprofundadas, novas obras consultadas e o tema discutido.
- Animais, de forma natural, podem transmitir doenças tradicionalmente conhecidas ao ser humano, como tuberculose, brucelose, febre aftosa, raiva, salmonela, toxoplasmose, cisticercose, intoxicação alimentar, etc. Vacinas aplicadas ao animal, como também processos como o de cozimento, refrigeração ou pasteurização não garantem que a carne, leite e ovos estejam isentos de contaminação.
- De forma natural, a gordura, hormônios e a proteína animal são maléficas ao organismo humano, que não está fisiologicamente adaptado para absorvê-los. O ideal seria a ingestão da gordura e da proteína vegetal, essencialmente distinta da de origem animal. Esses insumos de origem animal são relacionados a uma variedade enorme de doenças.
- Além de já naturalmente nocivos os insumos animais, animais criados em granjas comerciais recebem excesso de hormônios (tanto naturais como sintéticos, para acelerar seu crescimento), antibióticos, medicamentos, como também a de toxidade de rações inadequadas ou mesmo de pesticidas, etc., que ficam contidos no leite, carne e ovos do animal e absorvidos pelo ser humano, provocando uma série de doenças.
- A toxidade natural do animal quando é abatido também contamina o organismo humano e aminas tóxicas formadas durante a digestão (como a putrecina e a cadaverina) também determinam quadros clínicos graves.
- Além dos malefícios naturais, os produtos animais também recebem cargas de substâncias nocivas durante sua produção industrial. Em carnes e derivados, como os embutidos (mesmo os de frangos e peixes) são aplicados corantes e conservantes para retardar o processo de putrefação, como os nitritos e nitratos, elementos comprovadamente altamente cancerígenos.
Todos estes fatores, isolados ou em conjunto, favorecem uma grande variedade de doenças e distúrbios.
Citações de profissionais e obras:
SAÚDE EM GERAL:
"Seguir uma dieta vegetariana pode ser uma boa maneira de diminuir o risco de doenças crônicas como diabetes, obesidade, hipertensão e câncer, afirma a Associação Dietética Americana (ADA), que publicou esta semana uma atualização de suas recomendações sobre alimentação saudável no "Journal of the American Dietetic Association". Segundo os nutricionistas da ADA, não há dúvidas de que uma dieta vegetariana bem planejada é uma opção saudável para crianças, adolescentes e adultos.
"A Associação Dietética Americana reconhece que uma dieta vegetariana bem planejada, incluindo o vegetarianismo completo (que exclui todo tipo de carne e ovos) e o veganismo (que exclui carnes, ovos e laticínios), pode ser saudável, nutricionalmente completa e traz benefícios na prevenção e no tratamento de certas doenças. As dietas vegetarianas são eficazes em todas as fases da vida, incluindo na gravidez, na lactação, na primeira infância, na adolescência e para atletas", divulgaram em nota os nutricionistas Winston Craig e Reed Mangels, conselheiros da ADA."
(‘Associação Dietética Americana Passa a Indicar a Dieta Vegetariana na Prevenção de Doenças’; O Globo; 06/07/2009
"Existem outros problemas a corrigir em nossa dieta brasileira. Um deles está relacionado com as taxas de colesterol (32% dos adultos de todo o país e 40% dos adultos residentes em P. Alegre) causadas pelo alto consumo de gorduras saturadas (animais) existentes principalmente nas carnes vermelhas (gado, vitela, suínos, ovelhas) e nos laticínios integrais, isto é, no leite e derivados com gorduras.
As taxas de colesterol podem ser um indicador importante da doença cardíaca coronária (isto é, arteriosclerose que causa obstrução vascular, trombose, enfarte cardíaco e morte), particularmente na ausência de uma nutrição apropriada que inclua quantidades suficientes de antioxidantes, vitaminas e sais minerais (principalmente verduras e frutas).
Por isso, não causa qualquer surpresa a alta incidência de morte cardiovascular no Brasil (290 mil óbitos cardiovasculares em 2000)."
(Luiz Alberto Fagundes, médico; ‘Guia de Alimentação Natural’; Editora Age; s/d; p. 12)
"A carne é um alimento pobre e tóxico. [...]
Os animais carnívoros comem a carne com sangue, ossos, aponevroses e crua, que, assim, é um elemento completo e adequado aos seus órgãos digestivos. O homem come a carne depois de retirar o sangue, onde está a maior parte dos princípios nutritivos, e os ossos onde se encontram os minerais; cálcio, ferro, fósforo, potássio, iodo, etc., em maiores quantidades e depois pelo cozimento, aniquila a vida dos elementos, como certas vitaminas, etc. Por isso, a carne como o homem consegue comê-la, além de tóxica e imprópria para ser digerida pelo seu aparelho digestivo, é um péssimo alimento."
(Dieno Castanho, doutor em Filosofia Natural pelo College of Drugless Healing, de Los Angeles, Estados Unidos, e membro do Conselho de Pesquisas da Emerson University, na mesma cidade; ‘Alimentação Naturista - Saúde e Longevidade’; Editora Alvorada; 6ª edição; 1983; p. 123)
"Se quiséssemos ser absolutamente rigorosos no que se refere à alimentação do homem, teríamos de considerar o leite e os ovos como alimentos impróprios para a espécie humana. O leite de vaca é destinado pela natureza à alimentação dos bezerros."
(Dieno Castanho, doutor em Filosofia Natural pelo College of Drugless Healing, de Los Angeles, Estados Unidos, e membro do Conselho de Pesquisas da Emerson University, na mesma cidade; ‘Alimentação Naturista - Saúde e Longevidade’; Editora Alvorada; 6ª edição; 1983; p. 121)
"O corpo humano não tem uma maior necessidade pelo leite de vaca que tem pelo leite de cadela, pelo leite de égua ou pelo leite de girafa."
(Michael Klaper, médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Illinois, Chicago, Estados Unidos, diretor do Institute of Nutrition Education and Research (Instituto para a Educação e Pesquisa em Nutrição); citado em: ‘Leche Que No Has de Beber’; David Román; Ediciones Mandala, 2003; p. 25)
"Entre 80 e 90% de todos os cânceres, enfermidades cardiovasculares e outras enfermidades degenerativas podem ser prevenidas, ao menos até uma idade mais avançada, simplesmente adotando uma dieta de origem vegetal."
(T. Colin Campbell, especialista em Nutrição, Bioquímica e Toxicologia, professor na Cornell University e no Massachusets Institute of Technology e co-diretor do 'Cornell-Oxford-China Project', uma das mais conceituadas séries de documentos acadêmicos sobre Nutrição; citado em citado em: ‘Leche Que No Has de Beber’; David Román; Ediciones Mandala, 2003; p. 10)
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